Day: April 13, 2007

A Paixão de Cristo em Malta

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No arquipélago onde o catolicismo revela, ainda, uma influência fortíssima na vida quotidiana, não temos, apesar de tudo, os «crucificados» das Filipinas. Mas neste ano um maltês quis fazer-se crucificar. Não o deixaram.

La Valletta, terça-feira de manhã, semana santa. Ainda a ressaca da representação pascal de Tarxien, com milhares a encherem as ruas nessa noite longa, actores sérios e um homem de 33 anos, com as costas flageladas. Atravessamos uma das artérias principais da capital maltesa, cheia de turistas e de locais, que cruzam a rua, apressados. Numa entrada apresenta-se um crucifixo enorme, decorado com os panejamentos e as cores da época pascal. Mais uma igreja? Não. Um café, com sala de bilhar, quiosque, homens à conversa. A sala é enorme e o seu estilo requintado sugere o princípio do século XX. Há uma exposição de arte sacra, naquela que é a sede da sociedade filarmónica.

Estranho? Não em Malta, a terra dos cavaleiros com a ordem do mesmo nome (também chamados Hospitalários), uma igreja em cada esquina e uma imensa maioria católica. Ali o período da Semana Santa é celebrado com um fulgor invulgar. Como se sabe, a história do arquipélago que entrou na União Europeia em 2004 confunde-se com a desta ordem religiosa militar, nascida no fervor das Cruzadas e o catolicismo, presente no Parlamento, é religião oficial. Mas o local onde o crucifixo pontifica, entre o café e a sala de bilhar, já não surpreende quem vê, a toda a hora, em jornais, «outdoors» nas ruas e à beira da estrada, anúncios de reconstituições de cenas da Paixão de Cristo em diversas localidades.

Destes acontecimentos, um tem impacto local: em Tarxien, localidade situada a leste de Malta e conhecida pela riqueza do seu património pré-histórico, teve lugar, na véspera do Domingo de Ramos, uma representação com 400 participantes, música e um desfile teatral. O naipe das participações inclui nomes conhecidos no país, como as cantoras Mary Spiteri e Debbie Scerri, que participaram já no Festival da Eurovisão e que, diriam ao Expresso, estavam «muito emocionadas» por tomarem parte.

A iniciativa, a cargo de uma associação cultural local (Ghaqda Kultura u Armar Marija Annunzjata é o nome, na língua maltesa), vai já no seu 13.º. ano e tem direito a cobertura televisiva em directo. O circunspecto ‘The Times’, de Malta, anunciou o acontecimento com destaque, mas não referiu a questão mais controversa: Joseph Abela, o homem de olhos azuis e intensos que iria interpretar o papel de Jesus, quis mesmo fazer-se crucificar, tal como o Nazareno, que há dois milénios, em Jerusalém, morreu com a sua idade: 33 anos.

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Não o deixaram. Mesmo numa ilha onde religião, poder e festividade popular se misturam num caldo de cultura com sabor a hóstia, o facto é insólito e todos os malteses que o Expresso ouviu discordaram das intenções de Abela, funcionário dos Correios, ao que apurámos. O comentário mais benevolente que ouvimos foi: «Bem, ele pediu para ser crucificado, era porque queria». Malta não é as Filipinas, mas J. Abela ainda deixou-se flagelar por um «soldado» – alguém que, assim, colaborou com a sua vontade de sacrifício. Em visita a Malta e a Chipre, acompanhando uma viagem do Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arqueologia (GAMNA), fomos ver.

Em Tarxien cai a tarde. Não é preciso perguntar onde as cenas decorrem: toda a gente converge para o mesmo sítio. Em breve serão milhares. Pessoas de todo o país (incluindo a vizinha ilha de Gozo) vieram para ver. Mocinhas de minissaia curtíssima, cabelos muito compridos, botas altas pregueadas, caras cheias de maquilhagem, blusas até ao umbigo, a rirem-se entre si como se viessem a uma festa – e vieram. Rapazes com corte de cabelo de reminiscências «punk», famílias com carrinhos de bebé, cabelos grisalhos, padres.

A resposta à pergunta sobre as motivações da vinda é invariável: a fé. Um altifalante recita o início do Evangelho de São João enquanto o frade franciscano Edmond Elm, de La Valetta, queixa-se do «espírito consumista» que afecta alguns católicos mais novos, hoje. Tem razões para queixa: um recenseamento encomendado pela própria Igreja de Malta, de 2005, revela um claro decréscimo da frequência da missa entre os habitantes do arquipélago. Segundo estes dados, só 52,6% da população assiste com regularidade aos serviços religiosos.

Nada disto parece demover a organização das cenas litúrgicas: quando se abre o pórtico improvisado os «quadros» sucedem-se, desde o imperador romano Constantino, que legalizou a fé cristã, e da sua mãe, Santa Helena (a quem se atribui a descoberta da cruz da Paixão), até Adão e Eva. Seguem as personagens do Antigo Testamento: os patriarcas, os faraós, dançarinas com roupas vistosas, o povo do Êxodo, o bezerro de ouro, o rei David. E vem o Novo Testamento, à mistura com cavaleiros templários. As personagens, mesmo as crianças, entram sérias, compenetradas. Nem um relógio de pulso à mostra, nem um soldado romano desleixado. O desfile dura horas enquanto a multidão se apinha.

A chegada do Cristo, já com coroa de espinhos, a sangrar, é o clímax: câmaras de televisão, luzes, telemóveis apontados para a foto, exclamações. O actor vacila para o palco onde está erguida a cruz, mas agora só um ecrã gigante permite acompanhar as cenas. O público reage à dor física do homem com expressões horrorizadas. Os risos do início da festa deram lugar ao silêncio. E o espectáculo segue pela noite.

in Expresso, por Nair Alexandra (texto e fotos)

Attention vendredi 13 !

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Vendredi, nous serons le vendredi 13 avril et le vendredi reste un jour particulier d’angoisse pour certain, de malheur pour d’autres et de chance pour une minorité. Pourquoi ce jour est soit disant un jour maléfique ?

Pour le découvrir il faut remonter dans notre histoire de France au vendredi 13 octobre 1307, date à laquelle le roi de France de l’époque, Philippe Le Bel, fit arrêter et emprisonner tous les templiers car on les accusait de crimes de sodomie, de reniement de Jésus car un nouveau templier est censé cracher 3 fois sur la croix, d’idolâtrie en portant une cordelette ayant été en contact avec un objet culte secret, la non-consécration car les prêtres de l’ordre omettaient la consécration dans leurs messes. La plupart furent arrêtés et torturés afin qu’ils avouent les fameux crimes dont on les accusait mais une petite vingtaine purent s’enfuir.

Les mentalités ont beaucoup évoluées mais le vendredi 13 reste un jour à part où beaucoup d’entre nous tentent leur chance au loto. Alors bonne chance pour le tirage de la super cagnotte qui aura lieu très certainement vendredi13 avril.

in Come4news